quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Atlantic Jazz - Mainstream (86)



"Nowadays, when the term "mainstream jazz" is used in most circles, it is synonymous with bland, inoffensive, smooth jazz. Perhaps all too aware of that, critic Bob Blumenthal stumbles a bit in his liner notes to Atlantic Jazz: Mainstream by going to the dictionary to explain how this album was compiled. He had no need to do so, for “mainstream” shouldn’t be considered a dirty word.

Rather, these are recordings made by some of the more popular artists to pass through the Atlantic studio. If their music appeals to a wider audience, not only exposing more listeners to jazz but also allowing Atlantic to pay the bills, so be it. These mainstream artists are widely respected in the jazz community. It’s not like we’re talking Kenny G here.

The concept of mainstream incorporates several unique types of jazz, at least as it is presented on this album. Big band is represented on tracks from Duke Ellington ("Perdido") and Woody Herman ("Four Brothers"), as well as a European edition co-led by expatriate bop drummer Kenny Clarke and Belgian piano player Francy Boland ("Speedy Reeds"). At the other end of the spectrum, The Modern Jazz Quartet performs a more intimate chamber jazz.

Horn man Tony Fruscella, who played in the cool mode, opens the album with a stirring rendition of "I'll Be Seeing You." Art Farmer and Ira Sullivan, both of whom prefer the bop style, also treat the listener to stately ballads.

Coleman Hawkins takes us back to the days of swing while David "Fathead" Newman and his employer, one Ray Charles, go even further back by giving a dedicated reading to Fats Waller’s “Ain’t Misbehavin’.”

Despite its abundance of styles, Atlantic Jazz: Mainstream is well programmed. For example, Side 2 contains the three big band tracks, all upbeat numbers, separated by the Farmer and Sullivan ballads, “Embraceable You” and “Everything Happens to Me”, respectively.

There is also a sense of jazz history, or at least continuity, at play. On Coleman Hawkins’ piece, the self-penned "Stuffy," Milt Jackson and Connie Kay back him up. The very next cut is “Django,” a tribute to the Gypsy guitar legend Django Reinhardt. It is performed by the Modern Jazz Quartet, of which Jackson and Kay were members. Following that number comes Reinhardt's own “Daphne” as performed by his onetime partner, violinist Stephane Grappelli.

Although there is nothing particularly earth-shattering about these performances, all 10 of its tracks are refreshing to hear. Also, each track has a different lead artist, something that cannot be said of most of the other albums in this series. In that sense, Atlantic Jazz: Mainstream is an ideal sampler."

(http://jazzandroll.blogspot.com.br/2008/11/atlantic-jazz-mainstream.html)


01. I'll Be Seeing You · 3.14 · Tony Fruscella
02. Ain't Misbehavin' · 5.37 · Ray Charles
03. Stuffy · 5.39 · Coleman Hawkins & Milt Jackson
04. Django · 4.34 · The Modern Jazz Quartet
05. Daphné · 3.19 · Stéphane Grappelli
06. Perdido · 5.03 · Duke Ellington
07. Embraceable You · 7.00 · Art Farmer & Jim Hall
08. Four Brothers · 3.31 · Woody Herman
09. Everything Happens to Me · 5.43 · Ira Sullivan
10. Speedy Reeds · 5.35 · Clarke-Boland Big Band


Disco e capa em ótimo estado.
Edição Brasileira de 1988.
Saindo por R$ 20,00

Belchior - Era uma vez um homem e seu tempo (79)



"Houve um tempo em que a música brasileira não estava tão centrada no eixo Rio-São Paulo e havia certo espaço para que artistas de outras regiões mostrassem os seus talentos. 

Muitos foram os discos de Belchior – e muitas as suas canções, gravadas por outros artistas, nomes como Elis Regina, Fagner e até Roberto Carlos. Porém, o LP “Belchior”, lançado pela gravadora Warner em 1979, é possivelmente seu trabalho mais definitivo - ao lado de "Alucinação" de 1976.

Abrindo com a conhecida “Medo de Avião”, o disco decanta-se em pérolas como “Retórica Sentimental”, “Tudo Outra Vez”, “Meu Cordial Brasileiro”, “Pequeno Perfil De Um Cidadão Comum”, além da fabulosa “Espacial”.

Trazendo as letras das canções distribuídas na forma de poemas concretos ao longo de seu encarte, “Belchior” é um disco magnífico, bem acabado e atemporal, é imprescindível a qualquer coleção que se preze. Um verdadeiro banquete para aqueles que apreciam a boa música daqueles bons tempos."

(http://ousera.blogspot.com.br/2010/08/secao-cult-belchior-1979.html)


Disco e capa em ótimo estado.
Edição Original 1979.
Saindo por R$ 20,00


Heitor Villa-Lobos Conducting Symphony Of The Air - Bidú Sayão (soprano) -‎ Forest Of The Amazon (59)



A "Floresta Amazônica" é sua derradeira criação, baseada, assim como o filme realizado pela MGM, na novela de Hudson "Green Hansions"... a última obra que Villa Lobos compôs e regeu antes de seu falecimento.

Um poema construído coletivamente: a música de Villa Lobos; a letra de Dora Vasconcellos; a voz de Bidu Sayão.


Faixas:
A1 Em Plena Floresta
A2 Excitação Entre Os Indios
A3 Dança Da Natureza
A4 Dança Selvagem Guerreira
A5 Veleiros
A6 A Caminho Da Caçada
B1 Cair Da Tarde
B2 Os Indios À Procura De Moca
B3 Os Caçadores De Cabeça
B4 Tarde Azul
B5 Canção De Amor
B6 O Fôgo Na Floresta


Disco e capa em ótimo estado.
Saindo por R$ 35,00

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Jethro Tull - Living in the Past (72)



Living in the Past é uma semi-coletânea que traz canções inéditas, grandes sucessos e duas faixas ao vivo reunidas num álbum duplo.

"Living in the Past is a double album quasi-compilation collection by Jethro Tull, which contains album tracks, outtakes, the "Life Is a Long Song" EP, and all of their singles except for "Aeroplane", "Sunshine Day", "One for John Gee", "17" and the original United Kingdom version of "Teacher" (the United States single version was included instead). Many of the tracks only appeared as British releases before being compiled on Living in the Past for the first time in the American market.

The album was named after the single released in May 1969 and was released in an elaborate gate-fold packaging that contained a large color photo booklet with over 50 photos of the band.
Two songs, "By Kind Permission Of" and "Dharma for One", were recorded live at Carnegie Hall.

"Love Story", "Christmas Song", "Living in the Past", "Driving Song", "Sweet Dream" and "Witches' Promise" were originally released as mono singles and remixed into stereo for inclusion on the album.
The album peaked at No. 3 on the Billboard 200 charts and went gold not long after its release. The title track from the album became Tull's first top-40 hit in the United States, reaching #11, a full three years after it performed well in Britain.

In the United States, Living in the Past was the first Jethro Tull album to appear on the Chrysalis Records label; while each of the band's previous albums were marked as "a Chrysalis Production", the albums were released by Warner Bros. Records' Reprise Records subsidiary. Interestingly, early U.S. editions of Living in the Past bore both a Chrysalis catalogue number (2CH 1035) and a Reprise catalogue number (2TS 2106). This suggests that the album was scheduled to appear on Reprise Records but Chrysalis gained control of the band's USA releases in late 1972." (wikipedia)


Disco 1
"Song For Jeffrey" - 3:20
"Love Story" - 3:02
"Christmas Song" - 3:05
"Living In The Past" (Anderson/Ellis) - 3:20
"Driving Song" - 2:39
"Bourée" (Bach arr. Jethro Tull) - 3:43
"Sweet Dream" - 4:02
"Singing All Day" - 3:03
"Teacher" - 4:08
"Witch's Promise" - 3:49
"Inside" - 3:49
"Alive And Well And Living In" - 2:45
"Just Trying To Be" - 1:36

Disco 2
"By Kind Permission Of" (ao vivo) (Evan) - 10:11
"Dharma For One" (ao vivo) (Anderson/Bunker) - 9:45
"Wond'ring Again" - 4:12
"Hymn 43" - 3:17
"Locomotive Breath" - 4:24
"Life Is A Long Song" - 3:18
"Up The 'Pool" - 3:10
"Dr. Bogenbroom" - 2:59
"For Later" - 2:06
"Nursie" - 1:38


Disco e capa em excelente estado.
Edição Brasileira de 1983 (edição capa dupla com fotos, originalmente lançada sem o livreto).
Saindo por R$ 60,00

Obs: essa marca no vinil (na foto) é reflexo - e não risco/mancha.



Patrick Ball - Celtic Harp, Vol. 2 (From a Distant Time) (83)



"(...) Outro disco dos mais interessantes é o que traz a harpa celta de Patrick Ball: esse som nos remete imediatamente aos tempos de Morgana, Arthur, Lancelot e Merlin; uma "trilha sonora" para leitura de "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, Patrick Ball traz em sua original harpa o espírito musical celta. Música Instrumental em um alto nível, neste disco são interpretadas canções seculares, folclóricas da Inglaterra, Irlanda, Gales..."

(http://www.millarch.org/artigo/new-age-musica-alma-para-o-final-do-milenio)

Disco e capa (com "assinatura") em ótimo estado.
Edição Brasileira Original de 1983.
Saindo por R$ 15,00


Cazuza - Ideologia (88)



"Ideologia. Quem é que não quer uma pra viver? Pois era exatamente o que o Cazuza gritava nas rádios há 23 anos, na canção que dava o nome daquele que seria o seu mais emblemático álbum. “Ideologia”, o terceiro de sua carreira solo, é de longe um dos melhores discos da década de 80. Um pico criativo do artista, que infelizmente não iria durar por muito tempo.

No contexto, Cazuza ainda tentava se firmar como cantor solo depois de deixar o Barão Vermelho em pleno auge de vendas do disco “Maior Abandonado”. O fato é que seus dois primeiros discos, mesmo tendo emplacado alguns hits, ainda ficavam devendo algo para a crítica.

Esse quadro mudou com “Ideologia”, que tristemente coincide com as primeiras manifestações agressivas da aids, doença que ele havia contraído um pouco antes de 1988. Na contracapa do disco, ele aparece com um lenço na cabeça, que já era uma forma de tentar disfarçar a queda dos cabelos provocada pela doença.

“Ideologia”, a canção, foi mais uma parceria de Cazuza com Roberto Frejat, do Barão. É um hino dos anos 80. Cita que os heróis dos anos 70 haviam morrido de overdose e que os inimigos, uma citação clara aos políticos, estavam no poder. Também há citações metafóricas à aids (Meu partido é um coração partido/E as ilusões estão todas perdidas/Os meus sonhos foram todos vendidos/tão barato que eu nem acredito…o meu prazer agora é risco de vida…).

A canção seguinte, “Boas Novas”, é uma catarse sonora. Cazuza se revela novamente por inteiro, dizendo que tinha visto a cara da morte e que ela estava viva. Era a doença mais uma vez se manifestando em forma de música.

“O Assassinato da Flor” é uma canção mais leve, que lembra bastante sua época no Barão. E a “Orelha de Eurídice”, com letra mais densa, tem a participação do violonista Rafael Rabelo, que ironicamente também morreria de forma precoce alguns anos mais tarde. A faixa “Guerra Civil” foi resultado de parceria com Ritchie (aquele mesmo do hit “Menina Veneno”) e também tem a cara do Barão.

“Brasil” (parceria com George Israel e Nilo Romero) já tinha sido tema de novela da Rede Globo na voz de Gal Costa. Mas o arranjo da gravação de Cazuza também ficou antológico. Como não se identificar com o cara que ficava guardando os carros enquanto os ricaços bacanas entravam na festa para comer tudo do bom e do melhor? É, o País precisava mostrar mesmo a sua cara para tomar vergonha.

A canção “Um Trem Para as Estrelas” foi composta em parceria com Gilberto GIl. E havia sido trilha de filme no cinema. Ela ganhou um arranjo acústico mais intimista na voz de Cazuza.

“Vida Fácil” foi outra parceria com Frejat, que lembra bastante os tempos com o Barão. Letra com refrão de fácil memorização e melodia que parece inspirada em Erasmo Carlos. “Blues da Piedade” foi mais uma genial parceria com Frejat, em cujo refrão Cazuza reforça a necessidade de se pedir piedade “pra aquela gente careta e covarde”.

As canções seguintes, “Obrigado” e “Minha Flor Meu Bebê”, são mais fracas em relação ao restante. Mas aí, na última canção do disco, Cazuza se supera mais uma vez ao fazer a versão em bossa nova de uma canção escrita por ele e Renato Ladeira. “Faz Parte do Meu Show” grudou na memória de quase todos que passaram pelos anos 80. O arranjo de clima retrô, meio bossa nova e rock´n roll, só realçou ainda mais a beleza da melodia simples que Renato Ladeira compôs.

“Ideologia”, o disco, representou o pico criativo de Cazuza motivado pela doença que se manifestava a cada momento de sua vida, louca vida. Ele gravaria apenas mais dois discos, um ao vivo (“O Tempo Não Para”) e outro de estúdio (“Burguesia”). E só. Aquele menino que iria mudar o mundo passou a assistir a tudo em cima do muro dois anos mais tarde. Em julho de 1990, Cazuza morreu em busca daquilo que sempre quis: uma simples ideologia de vida."

(http://www.leriaselixos.com.br/disco-de-cabeceira-ideologia-cazuza-1988/)


Disco e capa em excelente estado; com encarte.
Edição Original 1988.
Saindo por R$ 50


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Raul Seixas - Novo Aeon (75)



"No verão de 1989, Raul Seixas e eu estávamos em minha casa preparando material para o disco A Panela do Diabo quando ele falou: "Marceleza, vamos dar um tempo nesta paranóia de compor e tomar uma cervejinha". Fizemos uma pausa, quando eu coloquei para tocar o seu álbum Novo Aeon e disparei: "De todos os discos que você fez, este é o meu favorito". Para minha surpresa, ele rebateu: "O meu também!".

À medida que as músicas rolavam, ele ia me dizendo que, ao contrário do sucesso de Krig-Ha Bandolo (1972) com "Ouro de Tolo", e principalmente Gita (1974) - que vendeu algo em torno de oitocentas mil cópias, puxado pela faixa-título -, Novo Aeon não havia ultrapassado as quarenta e poucas mil. Mas se o álbum frustrou as expectativas da gravadora, ao mesmo tempo tornou-se uma espécie de querido filho bastardo para Raul.

Realmente, este é um disco filho da puta de bom. Se Raulzito sempre foi, antes de tudo, um homem de textos, eles nunca estiveram tão afiados, sarcásticos e intensos como em Novo Aeon. O disco é aberto com "Tente Outra Vez", balada que exorta os perdedores e desesperados a voltar à luta: "Tente / Levante sua mão sedenta e recomece a andar / Não pense que a cabeça aguenta você parar."

Entre o dramático e o patético, ela nos conduz a uma obra-prima da parceria de Raul com o letrista Paulo Coelho - o "Rock do Diabo". Temido e odiado no senso comum, o velho demo é visto aqui não só como um integrante da mesma gangue ("O diabo usa capote / É rock, é toque, é fuck"), mas como alguém que pode sintetizar a complexidade da psicanálise em uma simples ação ("Enquanto Freud explica as coisas / O diabo fica dando os toques"). Cantando que "o diabo é o pai do rock", Raul revela uma intimidade com o assunto que remete ao bluesman Robert Johnson - que em 1936 afirmava "andar lado a lado com satã" em "Me and the Devil Blues".

Enquanto o disco rola, surgem os temas mais imprevisíveis. "Tu És o MDC da Minha Vida" traz uma melodia que costura Orlando Dias e Odair José, enquanto a letra - outra parceria com Paulo Coelho - vai levando a situações hilárias através de seus versos impossíveis: "Eu me lembro / Do dia em que você entrou num bode / Quebrou minha vitrola e minha coleção de Pink Floyd". Quem senão Raulzito ousaria tal rima?

Em outras duas canções, ele flagra os impasses e as contradições que se abateram sobre sua geração no início dos anos setenta. No rock'n'roll de "A Verdade Sobre a Nostalgia" declara que "Mamãe já ouve Beatles / Papai já deslumbrou / Com meu cabelo grande eu fiquei contra o que eu já sou". Já "É Fim de Mês" traz em ritmo de baião uma abordagem semelhante (com uma alusão a Os Panteras, o primeiro grupo de rock de Raul em Salvador): "Já fui pantera, já fui hippie, beatnik / Tinha o símbolo da paz dependurado no pescoço / Porque nego disse a mim que era o caminho da salvação."

Mas um dos momentos mais emocionantes está na canção "Para Nóia", em que a criação católica de Raul desaba com toda sua avalanche de culpas, temor a Deus e vergonha da masturbação ("Minha mãe me disse há tempos atrás / Deus vê sempre tudo o que você faz / Mas eu não via Deus / Achava assombração ... Vacilava a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha / De saber que tinha alguém ali comigo / Vendo fazer tudo que se faz dentro de um banheiro").

Um disco inquieto, apesar de maduro. Às vezes cínico, mas sempre perturbador, Novo Aeon contém toda a grandiosidade estética e poética de Raul. Um artista que, em vida, fazia questão de polemizar e desprezar o insosso "novo rock brasileiro" e por ele era ignorado. Agora, quase três anos após sua morte, alguns dos "artistas" que o "homenageiam" mal conhecem o trabalho dele, mas parecem "topar tudo" por dinheiro. Não se deixe enganar e vá ao original."

(Marcelo Nova, Seção "Discoteca Básica", Revista Bizz#80, março de 1992)

Faixas:
1. Tente Outra Vez
2. Rock do Diabo
3. A Maçã
4. Eu sou Egoísta
5. Caminhos I
6. Tú és o MDC da Minha Vida
7. A Verdade sobre a Nostalgia
8. Para Nóia
9. Peixuxa (O Amiguinhos dos Peixes)
10. É Fim do Mês
11. Sunseed
12. Caminhos II
13. Novo Aeon

Disco em muito bom estado (sem riscos - com sinais de uso e eventuais estalos).
Capa em ótimo estado.
Saindo por R$ 40,00

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Beto Guedes - O talento...



"Alberto de Castro Guedes nasceu em Montes Claros MG em 13 de Agosto de 1951. É filho de Godofredo Guedes, seresteiro e compositor, que tem músicas gravadas pela cantora portuguesa Eugênia Melo e Castro (a valsa Noite sem luar).

A música e os aviões sempre tiveram muito em comum na vida de Beto Guedes. Quando pegou num instrumento ela primeira vez - aos oito anos, em Montes Claros (MG), sua cidade natal - ele não seria capaz de adivinhar que um dia voaria tão alto na carreira de músico. E nem que conseguiria pisar num avião de verdade - seu medo de voar contrastava com a obsessão por aeromodelismo. O tempo livre de Beto sempre foi dividido entre os aviõezinhos de brinquedo e a paixão pelos instrumentos herdada do pai, Godofredo Guedes, músico e compositor, responsável pela maioria dos bailes e serestas de Montes Claros.

O gosto pela música estava diretamente ligado aos Beatles. Em 1964, aos 12 anos, quando o quarteto de Liverpool já era febre no mundo inteiro, Beto, morando em Belo Horizonte, juntou-se aos vizinhos para formar o grupo, The Bevers (com repertório dedicado aos Beatles, obviamente). Os vizinhos, no caso, eram os irmãos Márcio, Yé e Lô Borges. A Beatlemania durou toda a adolescência e ainda incluiu um outro grupo, Brucutus, que animava festinhas durante as férias em Montes Claros.   

No final da década, mais amadurecidos, Beto e Lô começaram a compor e participar de festivais. Em 1969, quando foram ao Rio participar do Festival Internacional da Canção com a música "Feira Moderna", bateram na porta do conterrâneo Milton Nascimento. A acolhida de Milton não poderia ter sido mais proveitosa. A amizade e a admiração profissional mútua fizeram com que ele convidasse Beto Guedes para participar do antológico LP "Clube da Esquina", de 1971. Tocando baixo, guitarra, percussão e fazendo vocais, Beto começava a ganhar projeção junto com uma turma talentosa, que incluía nomes como Wagner Tiso, Ronaldo Bastos e Toninho Horta.

A safra de novos músicos mineiros era completada por Flávio Venturini, Sirlan, Vermelho, Tavinho Moura, entre outros, que Belo foi encontrar quando decidiu voltar a BH. As gravadoras passaram a abrir os olhos e em 1973 a Odeon resolveu bancar o LP "Beto Guedes/Danilo Caymmi/Novelli/Toninho Horta". A Beto, coube um quarto do disco. Não era muito, mas para ele, era o suficiente. Perfeccionista e naquela altura ainda muito inseguro, não conseguia acreditar no valor de suas músicas, embora a gravadora já lhe acenasse com ofertas para gravar um disco solo.

Quatro anos foi o tempo necessário para que criasse asas próprias. Em 1977, ele finalmente levantou vôo, a bordo do LP "A Página do Relâmpago Elétrico". O título foi sugestão do parceiro Ronaldo Bastos, depois que este viu no álbum de um colecionador de fotos de aviões da 2ª guerra, uma imagem do avião "Relâmpago Elétrico". Tá na cara que Beto, fanático por aviõezínhos de brinquedo, adorou a sugestão. O disco, que tinha a colaboração de vários amigos mineiros, chamou a atenção por revelar seus dotes como cantor, já que até então, ele era conhecido apenas pela versatilidade de multiinstrumentista. O tímido sucesso das músicas "Lumiar" e "Maria Solidária" foi suficiente para que o disco chegasse às 21 mil cópias vendidas, três vezes mais do que calculava a gravadora.

Mal sabiam eles, que "Lumiar" viraria um dos hinos da juventude cabeluda paz-e-amor e pró-natureza. E que Beto seria um dos ídolos dessa geração, principalmente após o lançamento de seu segundo álbum, "Amor de Índio". A faixa-título, dele e de Ronaldo Bastos, integrava o espírito de todo o disco. Versos como "A abelha fazendo o mel/Vale o tempo em que não vôou" ou "Todo dia é de viver/Para ser o que for/E ser tudo", segundo Beto, expressavam o lado primitivo e puro que ainda havia em cada uma das pessoas, como um canto de louvor à vida.

Quando lançou seu terceiro disco, "Sol de Primavera", em 1980, já tinha uma legião de fãs no eixo Rio-São Paulo. Mas nunca abandonou a mineirice que se tornara sua marca registrada. Botava o pé na estrada - de carro, porque não perdia o medo de voar - , mas continuava morando em Belo Horizonte, onde tinha a tranqüilidade para se dedicar aos brinquedinhos voadores e às novas composições. Era na janela, esperando o anoitecer que as idéias surgiam. E amadureciam tanto, que seus álbuns demoravam no mínimo dois anos para sair. O quinto deles, "Viagem das Mãos", de 1984, foi um marco em sua carreira. Àquela altura, Beto Guedes já era um artista de primeira linha, com vendagens oscilando entre 50 e 60 mil cópias e uma marca sonora registrada. Mas este álbum trazia a canção que, junto com "Amor de Índio", seria o maior sucesso de sua carreira: "Paisagem da Janela", de Lô Borges e Fernando Brant. Ao mesmo tempo, representava o estouro nacional do compositor, que naquele momento superava o medo de voar e, pasmem, já cogitava pilotar um ultraleve construído por ele mesmo!

A viagem de Beto alcançara as alturas, e o ápice acabou sendo "Alma de Borracha", que, lançado em 1986, finalmente lhe rendeu um Disco de Ouro e o reconhecimento no exterior. O título do disco (tradução de "Rubber Soul") homenageava os Beatles, enquanto o repertório trazia uma grata surpresa: a faixa "Objetos Luminosos", primeira parceria com seu mentor e padrinho musical Milton Nascimento. O Rio de Janeiro - cidade onde fez shows antológicos e sempre teve recepção calorosa do público - foi o local escolhido para a gravação de um disco ao vivo, no final de 1987.

Ao todo, foram cinco anos longe dos estúdios. Em 1991, Beto Guedes voltou a gravar. Com a meticulosidade de sempre, ele cuidou de cada detalhe de "Andaluz", seu oitavo disco e último contrato com a EMI-Odeon. Um disco em que o uso de sintetizadores dava um chega pra lá em alguns instrumentos barrocos tão utilizados pelo compositor em trabalhos anteriores. No ano seguinte, era de se esperar que Beto caísse na estrada mais uma vez. Mas ele preferiu trocar o violão pelo macacão de mecânico e passou a dedicar cada vez mais à sua paixão por aviões, só que construindo um monomotor de verdade. Foram mais sete anos restritos a shows esporádicos e muita reflexão.

Até que, lá no alto, sobrevoando os céus de Minas, ele sentiu a sensação de quem venceu o medo de um desafio e se tornou dono de seu próprio destino. Olhou para o futuro e viu, no horizonte infinito, música. Os versos já estão escritos. Mineiramente, Beto Guedes está de volta."

Marcelo Janot - Release Maite Perroni Página Sandy Marcos Mion - Oficial (http://www.mpbnet.com.br/musicos/beto.guedes/)


Disco (duplo) e capa em excelente estado.
Saindo por R$ 25,00

Lobão - Vida Bandida (87)



"Esse com certeza foi um dos discos mais importantes na década de 1980 para o rock nacional em si e o de maior repercussão do Lobão.

Vida Bandida é o terceiro álbum do músico e foi gravado em meio a época mais turbulenta de sua carreira: quando foi preso por uma quantia risível de maconha. A citada importância deste disco foi porque no ano de lançamento vendeu aproximadamente 350.000 cópias (até mais se duvidar!); uma verdadeira proeza em termos de rock no Brasil, lugar onde vender 100.000 cópias é motivo de abrir champagne e sendo que esse tipo de música não é muito popular aqui (apesar de que naquele tempo o rock estava super em alta).

Quatro das 10 músicas do álbum ocuparam os primeiros lugares nas rádios do segmento. A turnê que se sucedeu vendeu horrores de bilheteria, com estádios, casa de shows lotadíssimos. Mas com todo o sucesso, veio a perseguição que Lobão teve de enfrentar por parte da polícia, juízes e mídia que tentavam sabotar seus shows e/ou vasculhar motivos para colocá-lo novamente na cadeia.

Por durante três meses, o cantor teve que conciliar os horários de gravações com a sua estadia na cadeia. Era liberdade condicional - retornava à noite sempre. E de fato, por estar passando por muita pressão e estresse, acabou que essas emoções transpassaram por sua voz. Ela está mais grave, um tanto mais agressiva. O disco em si tem mais peso do que O Rock Errou e tem contribuições do baixista/poeta/escritor Bernardo Vilhena em várias letras. A bateria foi gravada por ele mesmo, coisa que não fazia desde Cena de Cinema. Tudo isso produzido pelo lendário Marcelo Sussekind.

A faixa-título abre o álbum rasgando tudo! É sem dúvida um dos grandes sucessos dele - talvez o maior. Como ele mesmo relata, a letra era dum poema que o Bernando publicou nos anos 70 chamado Atualidades Atlântida. Com peso hard rock e levada suingada, meio sambista, juntou a música ao poema, e foram feitas algumas repetições de palavras (coisa de baterista): "Chutou a cara do cara, a cara do cara caído/ Traiu o seu melhor, o seu melhor amigo..." Aqui o cantor fez uma homenagem ao pessoal da cela 11 ("Aí galera da onze!"), local ficou preso no primeiro mês. O refrão "Vida! Vida, vida, vida, vida bandida!" é um verdadeiro hino, um grito de guerra. Um clássico do rock nacional.

"Da Natureza dos Lobos" tem bateria forte. Ela oscila em momentos calmos com vocais que lembram algo em torno de Rita Lee e de rock n rolla la Jethro Tull.

As guitarras cheias de chorus em "Nem Bem, Nem Mal" dão total cara de rock anos 80 à essa música. Este efeito foi exaustivamente usado naquela década por quase todas as bandas de rock no mundo inteiro, a ponto de criar uma identidade inconfundível. Aqui o Lobão deu um toque até bem americano. Mesmo se você a ouvir hoje desavisado(a), vai conseguir deduzir que no mínimo foi gravada há uns 25 anos atrás. O refrão é viciante!

"Soldier Lips" é em inglês. Um blues bem ao estilo danceteria, meio erótico. Tem vocais femininos ajudando no refrão e guitarras ao fundo arrebentando.

"Girassóis do Mundo" tem balanço mpb, meio salsa, com percussão e arranjos de saxofone que dão toda a graça à música. Poderia estar em algum disco do Caetano Veloso ou Gilberto Gil. "Esse Mundo que eu Vivo" faz lembrar alguma coisa do Billy Idol, Sessão da Tarde(???). 
É puramente hard rock.

Muitas pessoas pensam que "Vida Louca Vida" é do Cazuza, mas não. Com riff lembrando um pouco de Van Halen, o refrão levanta-estádio é um marco . "Tudo Veludo" é música pra dançar junto com a namorada em um baile de formatura. É uma balada que abre com um belo solo e letra retratando certa tristeza romântica.

O hit "Rádio Bla" abre com saxofone e ar latino suave, pra depois virar rock/pop.
A letra é em parceria do vocalista do Hanói-Hanói Arnaldo Brandão, Lobão e o poeta Tavinho Paes. Grande momento do álbum.

O disco fecha com "Chorando no Campo", uma canção voz/violão e efeitos de teclado. Aqui Lobão tenta mesclar folk com choro e mostra como é bom compositor, com letra romântica e acordes muito bonitos. Essa música ocupou também as paradas de sucesso por entre 1987-89.

Sem dúvida é um clássico pra se ter na prateleira!"

(http://flushings.blogspot.com.br/2012/12/lobao-vida-bandida-1987.html)


Disco e capa (com "assinaturas") em excelente estado.
Edição Original de 1987.
Saindo por R$ 20,00


Tom Jobim - Nova História da MPB



Documento fantástico com informação de alta qualidade sobre esse "monstro" da nossa música (material de pesquisa histórica/fotográfica inigualável)...  acompanha disco 10 polegadas...

Disco e encartes em excelente estado. 
Saindo por R$ 20,00

Zé Ramalho (78)



"Zé Ramalho estreia em 1978 com este disco que transcende o tempo, mas que nos dias de hoje não lhe é feita a devida justiça.

Antes porém de ter este disco gravado, Zé Ramalho já tinha mais de dez anos de experiência, tendo inclusive gravado, talvez sem se dar conta, uma obra prima chamada Paêbirú, um dos melhores álbuns progressivos nascidos em nosso país, com fama internacional, vide reedições alemãs e inglesas.

Toda esta bagagem fica evidente logo na primeira faixa, "Avohai"; é destas músicas que não necessitam de explicações, basta ouvir e ser transportado para o universo todo particular que Zé criou para si, uma mistura de psicodelia, rock, música tradicional nordestina e a cultura oral dos violeiros que ainda hoje encantam os nordestinos. Ela tem um teclado tocado por Patrick Moraz, músico recém saído do Yes à época, que hipnotiza o ouvinte.

"Vila do Sossego" vem a seguir mantendo a loucura em alta, seguida por "Chão de Giz", outro clássico que conta com uma letra onde é feita referência à camisinha pela primeira vez em uma composição brasileira, e, segundo o autor, é baseada em um caso que ele teve com uma mulher mais velha.

Uma das melhores faixas do disco é "A Dança das Borboletas", que tem Sérgio Dias, guitarrista do Mutantes, solando por toda a música de forma alucinada, que se configura no melhor solo que uma composição nacional tem, sem dúvida, talvez só rivalizando com o de "Revelação", de Raimundo Fagner.

Outro destaque fica para a instrumental "Bicho de 7 Cabeças", onde Zé Ramalho e Geraldo Azevedo podem tocar livremente por quase três alucinados minutos. O disco segue com "Adeus Segunda-Feira Cinzenta" e seu acento de seresta, onde o brilho fica para o violão de sete cordas que permeia a melodia completa da música.

Fechando o disco um pouco mais de lisergia com "Meninas de Albarã", com direito a uma nada sutil referência à maconha, e um forró acelerado chamado "Voa Voa", que brilhantemente termina este LP, que infelizmente não tem o valor que merece nos dias de hoje, mas que esta aí para ser descoberto pelas novas gerações.

São poucos os discos que carregam uma aura própria tão forte como este."

(http://www.collectorsroom.com.br/2009/07/discos-fundamentais-ze-ramalho-ze.html)


Faixas:
1 Avohai 4:59
2 Vila Do Sossego 3:55
3 Chão De Giz 4:46
4 A Noite Preta 3:34
5 Dança Das Borboletas 5:24
6 Bicho De 7 Cabeças 2:25
7 Adeus 2ª Feira Cinzenta 4:43
8 Meninas De Albarã 4:34
9 Voa, Voa 3:11


Disco (algum chiado ocasional) e capa em ótimo estado; com encarte.
Edição Original de 1978.
Saindo por R$ 20,00


Caetano Veloso - Qualquer Coisa (75)



"Opinião da casa: Obra-prima.
O Comando de Perinho Albuquerque, o do piano de Donato, como Interpretações de Caetano parágrafo Chico Buarque, Benjor, Beatles e parágrafo SUAS Próprias composições FAZEM com Opaco "QUALQUÉR Coisa" mereça Atenção Dobrada. A sutileza fazer cotidiano de "Lady Madonna", a Tensão em "Eleanor Rigby" numa version that soa Como fácil listenning e temperatura hum sozinho Irresistível, O Fim do Amor em "Para ninguém". 

A Faixa-Título com metais incrívei E E hum bater Memorável. Como composições gravadas JÁ Anteriormente: "Da Maior importancia" (POR Gal, em "Índia", 1973) e "A Presença tua" (POR Bethânia, nenhum disco "A Presença do Tua", 1971) estao ótimas na Voz de Seu autor. AINDA TEM UMA Versão para "Drume negrita", parágrafo Feita uma afilhada, Preta Gil e releitura UMA Excelente para uma Epopéia de Jorge Ben, "Jorge da Capadócia" vocais com OS fazer Quarteto em Cy. Obrigatório ".

(Http://caetanocompleto.blogspot.com.br/2012/07/1975-qualquer-coisa.html)

Disco e capa los Ótimo Estado.
Edição de 1985.
Saindo por R $ 20,00

Simon & Garfunkel - Sounds of Silence (66)



É o segundo álbum de estúdio de Simon & Garfunkel lançado em 17 de janeiro de 1966. Conta com uma modificação da faixa-título de The Sounds of Silence com acompanhamento de baixo, guitarra e bateria e outro hit, a psicológica I Am A Rock.

Lado A

"The Sound of Silence" – 3:08
Gravado: 10 de março de 1964 & 15 de junho de 1965
"Leaves That Are Green" – 2:23
Gravado: 13 de dezembro de 1965
"Blessed" – 3:16
Gravado: 21 de dezembro de 1965
"Kathy's Song" – 3:21
Gravado: 21 de dezembro de 1965
"Somewhere They Can't Find Me" – 2:37
Gravado: 5 de abril de 1965
"Anji" (Davey Graham) – 2:17
Gravado: 13 de dezembro de 1965

Lado B

"Richard Cory" – 2:57
Gravado: 14 de dezembro de 1965
"A Most Peculiar Man" – 2:34
Gravado: 22 de dezembro de 1965
"April Come She Will" – 1:51
Gravado: 21 de dezembro de 1965
"We've Got a Groovy Thing Goin'" – 2:00
Gravado: 5 de abril de 1965
"I Am a Rock" – 2:50
Gravado: 14 de dezembro de 1965


Disco e capa (com "assinatura") em ótimo estado.
Edição Brasileira 80´s.
Saindo por R$ 20,00

Raul Seixas - Metrô Linha 743 (84)



Após o sucesso do álbum Raul Seixas (1983), o cantor assinou um contrato com a Som Livre, gravadora da Globo, e lançou Metrô Linha 743, disco feito praticamente sem guitarra, com muito violão, numa época em que o rock brasileiro explodia.

No álbum, estão regravações de "O Trem Das 7" e "Eu Sou Egoísta", músicas originais dos discos Gita e Novo Aeon. O disco também teve uma faixa censurada, "Mamãe Eu Não Queria", música que questiona e deixa bem clara sua posição quanto à obrigatoriedade do serviço militar. Raul assina algumas faixas sozinho, outras com Kika e uma, com seu amigo e guitarrista Rick Ferreira, "Mas I Love You (Pra Ser Feliz)".


Faixas:

"Metrô Linha 743"   Raul Seixas
"Um Messias Indeciso"   Raul Seixas / Kika Seixas
"Meu Piano"   Raul Seixas / Cláudio Roberto / Kika Seixas
"Quero Ser o Homem Que Sou (Dizendo a Verdade)"   Raul Seixas / Kika Seixas / Adilson Simeoni
"Canção do Vento"   Raul Seixas / Kika Seixas
"Mamãe Eu Não Queria"   Raul Seixas
"Mas I Love You (Pra Ser Feliz)"   Raul Seixas / Rick Ferreira
"Eu Sou Egoísta"   Raul Seixas / Marcelo Motta
"O Trem das Sete"   Raul Seixas
"A Geração da Luz"   Raul Seixas / Kika Seixas


Disco e capa em ótimo estado.
Edição Brasileira de 1988.
Saindo por R$ 30,00


Charlie Haden, Jan Garbarek, Egberto Gismonti - Magico (79)



É um álbum gravado em junho de 1979 no Talent Studio, em Oslo, pelo baixista Charlie Haden, pelo saxofonista Jan Garbarek e pelo guitarrista Egberto Gismonti, lançado em 1980 pela gravadora ECM.

"Along with the work of CODONA, Magico is perhaps a forerunner in what would come to be known as “world music,” and a pinnacle among ECM’s fruitful productions of the 1970s. Although the talents assembled could hardly be more geographically disparate, their musical heartbeats trace the same calm graph across the EKG paper that is our appreciation. What appears a modest effort in number (the group gives us a humble quintet) plies massive depths in execution. The tracks “Bailarina” and “Silence” alone comprise more than half of the album’s duration. The former’s graceful arcs and burnished veneer sparkle with understated virtuosity, while the latter features some of the gentlest relays between Garbarek and Haden alongside Gismonti’s frothy pianism. The jangly guitar of the title track guides us confidently through Garbarek’s incisive overlay before Gismonti switches over to classical on through “Spor.” Haden’s unassuming posture yields its darkest colors here, drawing a thick arco line beneath our feet just as we are about to fall. Where the album began in a blur, with “Palhaço” it ends in rounded focus, rendered portrait-like in pastels of agreement.

A companion album to the later Folk Songs, this is an all too easily overlooked soundtrack to a beautiful life, brimming with passions of the quietest kind. Like its title, it is a little piece of wonder wrapped in an enigma too real to deny."

(http://ecmreviews.com/2011/07/27/magico/)


Faixas:

"Bailarina" (Geraldo E. Carneiro, Piry Reis) – 14:23
"Magico" (Egberto Gismonti) – 7:41
"Silence" (Charlie Haden) – 10:11
"Spor" (Jan Garbarek) – 6:05
"Palhaço" (Gismonti) – 5:00


Disco e capa em excelente estado.
Edição Brasileira Original de 1980.
Saindo por R$ 15,00

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Testament - The New Order (89)



"Sou meio suspeito para falar do Testament, pois tenho e gosto de todos os álbuns de estúdio do grupo (inclusive o mal-falado “Demonic”), porém este daqui se destaca pela quantidade de clássicos existentes em um único registro. Parece até coletânea.

O Testament sempre me lembrou muito o Metallica dos primórdios (fase Cliff Burton), principalmente no que diz respeito às melodias muito bem trabalhadas pela dupla de guitarristas Alex Skolnick e Eric Peterson. Vale destacar que em momento algum se perde o peso, pelo contrário, tem pancadaria de sobra aqui para deixar a molecada fã do “Master of Puppets” de queixo caído. E claro, foram diretamente influenciados pelo Metallica, até porque eles são da mesma região da California, a famosa “Bay Area”, de onde surgiram também Exodus, Megadeth, Heathen, Forbidden, Vio-lence, Death Angel e uma infinidade de outras bandas. Aliás, considero o movimento thrash da Bay Area tão importante e influente quanto a New Wave of British Heavy Metal.

Voltando ao assunto, ou seja, a pedrada “The New Order”, o arregaço já começa pela clássica capa com uma espécie de alma em forma de caveira saindo do planeta Terra, deixando a mensagem de que nosso habitat natural está cada vez mais com os dias contados.

Quanto às faixas eu destacaria ... todas!!! O disco inicia com “Eerie Inhabitants”, com uma introdução sutil, um dedilhado à la “Fight Fire With Fire” (lembram de quem?) que logo em seguida dá espaço a uma rifferama de entortar o pescoço do mais cético dos fãs de metal. Na seqüência, o vocalista Chuck Billy emenda “A world of chaos! A world of fear! A world of anger and curruption...”, que já dá uma idéia que o papo aqui não é sobre amor nem dragões e sim sobre um mundo injusto e consumido pelo caos e pela ganância desenfreada de seus governantes.

Logo em seguida o pau come solto com uma das trincas mais fodidas da história do thrash: “The New Order”, “Trial by Fire” e “Into the Pit”. Sem palavras para descrever o impacto disso tudo na cabeça do ouvinte. São riffs imortais, imorais, assassinos. Sair vivo de um show do Testament após ouvir essa trinca é uma tarefa para o Rambo. É riff atrás de riff, palhetada atrás de palhetada, solos magníficos, refrãos grudentos (ou você nunca ficou berrando “Hey! This is what the people say!” enquanto ouvia “Trial by Fire”?), ou seja, é thrash metal em sua mais pura essência, feito por quem realmente manja do assunto.

Para acalmar os ânimos vem a bela instrumental “Hypnosis”, com excelentes solos de Alex Skolnick. E quando você imagina que irá continuar respirando a coisa pega fogo novamente com “Disciples of the Watch” e “The Preacher” (minha favorita). Se você ainda tinha pescoço, bem ... nesse momento eu garanto que você não terá mais! Muito cuidado para não enfiar a cabeça na parede ao ouvir essas pérolas.

Com muita personalidade e talento vem “Nobody’s Fault”, um excelente cover do Aerosmith (da época em que eles tocavam hard rock de qualidade e não essas baladas melosas e chatíssimas compostas para a MTV). E, para fechar com chave de diamante essa obra-prima (porra, tem mais?!), ainda há tempo para mais um mosh em “A Day of Reckoning” e o direito ao descanso eterno na linda instrumental “Musical Death (A Dirge)”. O nome da última faixa é bem apropriado, já que nesse momento você provavelmente se encontrará sem pulso.

Em suma, “The New Order” é uma aula completa de thrash metal, talento que transborda, principalmente do monstro das seis cordas Alex Skolnick (o que esse cara toca é sacanagem). Se você ainda não tem esse petardo, então está esperando o quê?! Compre logo, ouça e fique com os bagos doloridos durante dias. E, quando pararem de doer, castigue-os novamente com outros clássicos como “The Legacy”, “Practice What You Preach” e “The Gathering” (a formação deste parece o “dream team” do thrash).

Ah, não deixe de conferir também “The Formation of Damnation”, novo lançamento do grupo, de 2008, com a volta da formação original, exceto o batera, mas calma que o Paul Bostaph (ex-Forbidden, ex-Slayer) está aí surrando o instrumento. Chuck Billy não só se curou do maldito câncer como também produziu um dos álbuns mais espetaculares do ano.

Quem é rei nunca perde a majestade. Long Live Testament!

”Listen to these words I preach. Catastrophic lessons they shall teach.” – The Preacher"

(http://www.collectorsroom.com.br/2008/10/testament-new-order-1988.html)

Formação:
Chuck Billy – vocal
Eric Peterson – guitarra
Alex Skolnick – guitarra
Greg Christian – baixo
Louie Clemente – bateria

Faixas:
1. Eerie Inhabitants
2. The New Order
3. Trial by Fire
4. Into the Pit
5. Hypnosis
6. Disciples of the Watch
7. The Preacher
8. Nobody’s Fault (Aerosmith cover)
9. A Day of Reckoning
10. Musical Death (A Dirge)


Disco e capa em ótimo estado (com sinais de uso - sem riscos).
Edição Brasileira Original de 1989.
Saindo por R$ 40,00

Paulinho da Viola - Foi um rio que passou em minha vida (70)



"Apesar do nome artístico no diminutivo, Paulo César Batista de Faria, o Paulinho da Viola, é um artista grande, muito grande! Em 1970 este exímio cantor, compositor e instrumentista já tinha na bagagem nada menos que a autoria de um samba enredo campeão no Grupo especial do carnaval carioca ("Memórias de um sargento de milícias", de 1966) e um título no festival da Música Popular Brasileira da TV Record (por "Sinal fechado", de 1969). Mas a partir de Foi um rio que passou em minha vida, seu segundo (e irrepreensível) disco solo, é que sua carreira decolou de vez.

É nesse disco que a sonoridade de Paulinho em sua carreira solo começa a ganhar personalidade. E para alcançar tal resultado, foi necessário que as orquestrações, tão presentes no primeiro LP, fossem extremamente reduzidas. Aqui elas também ficam à cargo do famoso Maestro Gaya, mas aparecem de maneira mais contida e dosada, dando espaço àquela percussão maravilhosa, que Paulinho sempre soube usar muito bem. Consequentemente, temos um som menos Bossa e mais SAMBA! E que samba! Esse disco é simplesmente algo indispensável na discoteca de qualquer amante ou simpatizante do gênero. E se você é daqueles que não curtem o estilo por julgar que samba é esse "pagode farofa radiofônico" atual, garanto que se dessem uma chance a esse disco iriam se surpreender.

O álbum abre com "Para não contrariar você", sambinha em cuja letra Paulinho usa a Portela para fazer um "ciuminho" na mulher que gosta, seguida por "Meu pecado", samba de autoria de Zé Keti, um de seus padrinhos. Nessas duas primeiras músicas as orquestrações ainda são bem presentes. Mas a história muda em "Estou marcado", a terceira faixa do disco. Belíssimo samba, com letra boêmia ("Sem viola e madrugada eu não vivo sossegado" é um de seus versos) e nenhum instrumento em seu arranjo que remeta a algo que não seja o legítimo samba de raiz. A próxima é "Lamentação", de autoria do amigo Mauro Duarte, com letra que explicita a velha idéia popular do carnaval como bálsamo para as mazelas da vida, como na seguinte estrofe:

"Sem ideal, esperando o carnaval, pra matar minhas penas
Na esperança que um canto venha sufocar meu pranto
Mas carnaval são três dias apenas"

Dessa faixa, destaco ainda a linda levada dolente que, de súbito, aparece após o citado verso, dando uma forte quebrada no ritmo da música, para instantes depois recuperar sua levada inicial. Realmente um grande momento! A próxima é "Mesmo sem alegria", na minha opinião, simplesmente uma das melhores do disco. Tradicionalíssimo samba de terreiro, com uma levada gostosa, cantado por um coro no qual a voz de Paulinho se mistura a diversas vozes portelenses, para uma letra curta e direta sobre amor.

E o que dizer da música seguinte, a última do lado A (em homenagem aos amantes da boa e velha bolacha de vinil), a faixa-título? Um dos maiores (senão o maior) sucesso do artista, "Foi um rio que passou na minha vida", é uma declaração de amor à escola de samba que o revelou, a G.R.E.S. Portela, radicada no bairro de Madureira no Rio de Janeiro. Simplesmente um hino do samba! Na sequência temos "Tudo de transformou", canção bela porém triste, onde o artista canta um amor desiludido. Destaque para a bela orquestração, assim como para o coro do final da faixa. "Nada de novo" mantém a beleza e a tristeza, destacando mais uma vez o arranjo orquestral, aquí delicado e econômico. Mas a tristeza vai embora em "Papo furado", samba onde Paulinho descreve a figura do fofoqueiro, aquele sujeito desagradável, que não sabe guardar informações, tornando públicas coisa que não são da conta de ninguém, nem mesmo da sua. Paulinho, no entanto, o descreve maneira bem humorada, tornando a música ainda mais agradável.

Para o final, temos a belíssima "Não quero você assim". Lírica, com uma letra inspirada e um arranjo orquestral na medida certa, esse é outro grande momento do disco, que termina com um "gostinho de quero mais". E tanto isso é verdade que, quando a EMI relançou a obra de Paulinho remasterizada em Abbey Road (sim, o estúdio onde os Beatles registraram a sua obra) incluiu nesse disco como Bônus o compacto-duplo de quando o artista foi campeão do festival da Record,um ano antes desse disco. Nesse compacto temos a consagrada (e multi-regravada por outros artistas) "Sinal Fechado", que dispensa apresentações, e a engajada "Ruas que sonhei", samba no qual Paulinho, de maneira sutil, descreve as dificudades de um Brasil pós AI-5:

"Amor, repare o tempo
Enquanto eu faço um samba triste pra cantar
Te mostro a vida pra mudar o teu sorriso
Te dou meu samba com vontade de chorar"

Uma obra que, do começo ao fim, mostra a qualidade de um artista que, já na época, apontava caminhos para avançar sem, no entanto, perder as raízes e a tradição. E isso foi provado nos anos seguintes, principalmente na década de 1970, sua fase mais produtiva. No entanto, apesar de continuar viajando, fazendo shows, e lançando discos ao vivo, há mais de 10 anos Paulinho da Viola não lança um álbum inédito (o último foi o maravilhoso Beba do Samba, de 1996). E em tempos de "pagode farofa radiofônico", um novo álbum do mestre torna-se mais do que necessário! É indispensável! E é por isso que essa resenha chega ao fim com um apelo: Volta a gravar, Paulinho!!!"

(http://mastigandoamusica.blogspot.com.br/2007/07/paulinho-da-viola-foi-um-rio-que-passou.html)


Disco (com sinais de uso - sem riscos) e capa (sanduíche) em muito bom estado.
Edição Original de 1970 (MONO - selo Odeon).
Saindo por R$ 40,00

Roberto Carlos, Erasmo Carlos - Nova História da MPB



Documento fantástico com informação de alta qualidade sobre esses monstros da nossa música (material de pesquisa histórica/fotográfica inigualável)...  acompanha disco 10 polegadas...

Disco e encartes em excelente estado. 
Edição relativamente rara.
Saindo por R$ 25,00

Sábado Som (75)



"Sábado Som foi um programa musical exibido de março de 1974 a fevereiro de 1975, cuja proposta era mostrar as tendências do rock e as mais recentes apresentações dos grandes grupos internacionais. Apresentado por Nelson Motta, fornecia dados sobre os intérpretes – informações sobre suas carreiras e discos lançados no Brasil – e exibia gravações de concertos de rock comprados pela emissora no exterior. 

O primeiro Sábado Som mostrou o grupo inglês Pink Floyd, em famoso show realizado em Pompéia, na Itália. No segundo programa foram apresentadas quatro tendências da música pop internacional: os Bee Gees, com o rock melódico; Alice Cooper, com um rock teatral; Allman Bros, que tendia ao blues; e a Mahavishnu Orchestra, com uma mistura de rock, música erudita e jazz. 

No programa de 6 de abril de 1974, as atrações foram o Humble Pie, com seu rock vibrante; Carole King e James Taylor, com suas músicas românticas; Suzy Quatro, na época a sensação da música inglesa; e Edgar Winter, multiinstrumentista, arranjador e compositor. 

O programa, voltado essencialmente para o rock, surpreendeu em novembro de 1974 ao investir na música clássica, apresentando no dia de finados a Missa de réquiem, de Verdi, numa versão de Leonard Bernstein, com a Orquestra Sinfônica de Londres. 
Segundo Nelson Motta, o programa fez muito sucesso junto ao público jovem ao mostrar pela primeira vez na televisão brasileira grupos como Pink Floyd e Black Sabbath.

(http://memoriaglobo.globo.com/Memoriaglobo/0,27723,GYN0-5273-257651,00.html)

Esta coletânea lançada pela Som Livre em 1975 traz ótimas bandas prog 70´s (bandas obscuras; bem difícil achar discos dessas bandas, propriamente). Coletânea relativamente rara.

Tracklist:

01 - Back Again - Karthago
02 - Journey To The Centre Of The Eye - Nektar
03 - Changes - Message
04 - After A Hard Year - Omega
05 - Blind Man - Jeronimo
06 - Nobody Knows You - Jeremy B.
07 - Andromeda Nomads - Nine Days Wonder


Disco em ótimo estado.
Capa em bom estado, mas envelhecida e amarelecida.
Edição Original de 1975.
Saindo por R$ 40,00

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Paulinho da Viola - A Dança da Solidão (72)



"Paulinho da Viola já foi um botequeiro de primeira linhagem. E isso contribuiu bastante para a poeticidade de um dos mais prolíficos sambistas que o Brasil já teve. Com Cartola e Zé Keti, Paulo César Faria obteve o impulso necessário para abraçar de vez a condição de sambista nos anos 70, em um período em que a música popular brasileira sofria com as censuras da Ditadura Militar.

O sambista já estava envolvido no cenário musical desde os anos 1960, gravando duetos com Elton Medeiros e colaborando com Cartola na profusão de letras densas, sentimentais. Hoje, Paulinho da Viola já abandonou as bebidas, mas permanece com a importante alcunha de ser o maior sambista vivo.

E não é exagero nenhum ovacionar a impecável produção de um dos seus discos mais importantes, Dança da Solidão. Lançado em 1972, a obra navega pelos mais densos sentimentalismos do músico. Paulinho herdou de Cartola um intimismo com suas canções que as tornam sinceras, tocantes. Só que, ao contrário do mestre que se deixava ofuscar pela morbidez, Paulinho transpunha para a viola suas desilusões, como mostra a faixa-título do álbum.

Em relação à produção, Milton Miranda e Maestro Gaya deixaram o som limpo para a viola fluir naturalmente em meio às percussões, os violinos e cavaquinhos. “Coração Imprudente” cai mais para o gingado da canção ao invés de adotar um tom deprimente pelo ‘coração machucado’. É como se o samba confortasse o músico assim como uma família ajuda a superar as maiores misérias amorosas.

Mas engana-se quem pensa que a faceta triste é o grande marco desse disco. “Guardei Minha Viola” começa com uma alegria jovial para afastar as desilusões de sua viola. Paulinho tem o instrumento como uma lembrança vivaz de um ‘alguém que só me fez ingratidão’, aceitando a condição de sensível enquanto músico.

Na faixa seguinte, o sambista já volta ao seu lado terno. ‘Eu sou assim/quem quiser gostar de mim/eu sou assim’, canta Paulinho em “Meu Mundo e Hoje (Eu Sou Assim)”. Ele se mostra como um homem feliz com suas condições sociais: as grandes reviravoltas na sua vida ocorrem com os amores. ‘Não levarei arrependimento/nem o peso da hipocrisia/tenho pena daqueles/que se agacham até o chão/por dinheiro ou posição’. Pois, ‘além de flores/nada mais vai no caixão’.

Paulinho também faz algumas releituras, como a sólida “Duas Horas da Manhã”, de Nelson Cavaquinho, e “Acontece”, de Cartola – dois dos mais tristes sambistas que serviram como inspiração para o músico. Além delas, Paulinho dá um tom orquestral para a belíssima “Falso Moralista”, de Nelson Sargento.

O jornalista Arley Pereira resumiu bem a obra desse álbum: “Um dos melhores discos da carreira de Paulinho da Viola, que fornece repertório para regravações de novas gerações que encontram nele a matéria-prima sempre perfeita para ouvidos de bom gosto”.
Não precisa dizer mais nada."

(http://namiradogroove.com.br/grandes-albuns/grandes-albuns-27-paulinho-da-viola-danca-da-solidao-1972)


Disco e capa (sanduíche) em ótimo estado; com encarte original.
Edição Original de 1972.
Saindo por R$ 40,00


Return To Forever - Where Have I Known You Before (74)



"Obra explosiva do projeto, que posteriormente veio a se tornar banda, de Chick Corea, "Where Have I..." é o primeiro trabalho de Al Di Meola, na ocasião com apenas 19 anos, junto à Corea, Clarke e White.

Chick Corea, pianista de formação clássica, e jazz man nato, participou de excelentes trabalhos ao final dos anos sessenta, colaborando para a estruturação do chamado jazz rock / fusion, compondo por exemplo a banda sensacional de apoio a Miles Davis em "Bitches Brew". Possui excelentes trabalhos solo gravados no mesmo período, como "Sundance".

O Return to Forever foi um projeto onde o músico expôs parte do que criou junto a toda esta geração Free-Jazz e pós-Free Jazz / Fusion. Introduzindo temas latinos e tema etéreos ao Jazz, com bastante suingue e modernidade, Corea nunca teve pudores de utilizar todo seu arsenal de teclados em prol de um catching jazz de primeira.

Seu primeiro álbum com esta temática, "Return to Forever", de 72, conta com a participação decisiva do percussionista brasileiro Airto Moreira e de sua esposa Flora Purim (nos vocais). Clarke, companheiro inseparável a partir deste momento, também despontaria como referência definitiva para o contra-baixo no fusion. A entrada de White na bateria trouxe o brilho e o peso de um Cobham ou de um Narada Michel-Walden, acrescido de uma sutileza muitas vezes ausente nestes gigantes citados. Esta troca foi chave para a mudança de som da banda.

A sequência de álbuns transformou o som do Return to Forever, gradualmente, de um jazz light, baseado em temas bossa-novísticos recheados de piano elétrico Fender Rhodes para um fusion de primeira categoria, altamente virtuoso, elétrico e temperado (4 álbuns em 2 anos, grande sucesso comercial e de público). Com álbuns como "No Mistery", ganhador de Grammy, em 75, a banda estava definitivamente estabelecida, e o toque especial veio com a entrada de Di Meola, guitarrista absoluto, detentor de técnica apurada, tanto no violão como na guitarra elétrica, solista de sucesso durante e após o término da banda, ao final dos anos 70.

"Where Have I...", gravado entre Julho e Agosto de 74 no Record Plant, NY, esta no mesmo patamar de "No Mistery" e "Romantic Warrior" (talvez o mais conhecido do grupo, de 76, disco de ouro e um deleite para fãs de fusion espacial, caprichado em elementos progressivos e virtuosismo para dar e vender).

A capa remete sim a um som espacial, e é assim que Corea guia a banda através das sete faixas. Em um período de ouro para o Fusion, quando a maioria das grandes bandas e músicos estavam em plena atividade, o álbum transpira energia por todos os poros. O Return to Forever talvez seja o Mahavishnu Orchestra mais cabeça, menos nervoso. Sem dúvida mais jazzístico, mas a cada solo de Meola nos vemos diante de um paredão de guitarras do mais alto nível, do qual John McLaughlin sem dúvida um apreciador do trabalho de Meola, vindo a trabalhar com este anos mais tarde, reverenciou a empreitada com plena satisfação. Corea e banda sabem ser jazzísticos sem deixarem de soar progressivos. Improvisar sem confundir negativamente o ouvinte. As harmonias são de uma complexidade muito bonita, ao contrário de muito do fusion setentista: complexo e tão preenchido que se torna vago.

Ponto para Corea, compositor de MUITO bom gosto, conhecedor de uma infinidade de sonoridades, sempre soube dosar o som do Return to Forever muito bem.

"Vulcan Worlds" é uma pérola do fusion. O piano elétrico gorduroso, os slaps de Clarke, a levada gingada de White. No começo um descompromissado compasso fusion básico. Uma explosão rítmica de Moogs, e todo mundo solando. A orgia conta com Di Meola matador, seja no solo McLaughlinano, seja no Wah-Wah contagiante. Clarke e White really cookin' everything. Aí vemos o Return na sua essência: virtuosismo requintado e alegre. É isso aí.

As faixas com título "Where Have I..." são pequenas composições de Corea, contando basicamente com piano acústico e com temas mais standards. Tirando a faixa 6, que é um Funk matador, com percussão latina e muito Wah. Groove setentista a-la Hancock e Stevie Wonder. Funciona muito bem amigos. Lindo solo do Sr. Di Meola.

"The Shadow of Lo" tem piano elétrico com marca registrada de Corea e que também remete a Hancock. Melodia cadenciada, com levada básica de baixo, black music com apelo espacial. Aos poucos a composição se enriquece, com o solo altamente harmônico de Meola e o piano elétrico simpático de Corea compondo o pano de fundo. Passagens de Moog com sutileza e bom gosto. A segunda metade da música é fusion totalmente killer. Muito suingue e um belo duelo Corea-Moog versus Meola-Guitarra. Falar mais ?

"Beyond the Seventh Galaxy" compete com "Vulcan Worlds" quanto à faixa mais explosiva. Quebradas de ritmo desconcertantes, realmente desconcertantes. E aqueles fraseados em trio: baixo-guitarra-sintetizadores. Lenny White simplesmente quebra a espinha do resto da banda, e Corea cria um gancho melódico ao sintetizador, aquele que busca o músico do solo mais hipnótico, trazendo-o de volta à linha mestra, que se não causa excitação total, causa um desconforto pela riqueza da construção harmônica. Meola e Clarke fazem riffs de causar inveja a muitos Blackmore-Glover. Muito progressiva por sinal.

"Song to the Pharoah Kings", com seus 14 minutos, traz todos os elementos anteriormente citados em uma composição muito eclética em seu formato: Jazz standard, Fusion, Progressivo e Jazz espacial. A introdução de Corea ao piano acústico é memorável, e traz um clima bucólico muito calmo e gentil. Corea brinca com órgãos e sintetizadores em uma boa parte da composição, a entrada da banda é altamente intensa: Lenny White remete a Bruford, Corea desliza pelos sintetizadores em um som meio que oriental, meio que espacial. Os solos ao Moog estão entre os melhores no fusion em todos os tempos. Clarke e White estão altamente inspirados. A parte percussiva é agressiva, e os riffs do garoto Meola garantem uma energia sem precedentes. A faixa coloca o álbum definitivamente entre os tops do Hard Fusion, próximo por exemplo ao Inner Mounting Flame. Talvez seja a melhor do álbum, porque não? Dizer que é obrigatório conferir seria redundante meus caros.

Sem dúvida uma obra prima do fusion. Com elementos fortes de rock progressivo, "Where Have I Known You Before" é daqueles álbuns que demoram a sair do CD Player, ou da vitrola, como preferir. Siga o caminho das pedras e confira "No Mistery" e "Romantic Warrior" na sequência: não há arrependimento."

(http://esquinadorock.blogspot.com.br/2009/09/return-to-forever-where-have-i-known.html)

1.Vulcan Worlds
2.Where Have I Loved You Before
3.The Shadow of Lo
4.Where Have I Danced With You Before
5.Beyond the Seventh Galaxy
6.Where Have I Known You Before
7.Song To The Pharoah Kings



Disco e capa em ótimo estado.
Edição Brasileira Original de 1974.
Saindo por R$ 35,00