quinta-feira, 31 de março de 2016

David Crosby - If I Could Only Remember My Name (1971)



"Quando a namorada de David Crosby, Christine Hinton, morreu num acidente de carro, em 1969, o cantor ficou arrasado. Ele mal conseguiu gravar Déjà Vu com Stills, Nash e Young, e procurou uma válvula de escape ao trabalhar em seu álbum solo de estreia. Crosby reuniu músicos de seu extenso círculo de amigos, como Jerry Garcia, Joni Mitchell e Grace Slick, para fazer o disco num estúdio de São Francisco, em 1970.

A primeira faixa do disco, "Music is Love" (com participação de Nash e Young), evolui despreocupadamente, como se fosse um improviso, fazendo da frase do título um mantra. Em "Cowboy Movie", num crescendo, até virar uma disputa entre os gemidos das guitarras e a batida descontraída da bateria.

"Laughing" é uma obra-prima: violões deslumbrantes, uma melancólica pedal steel e harmonias luminosas. A delicada "Traction in the Rain" é outro destaque com a voz de Crosby límpida, sob perfeito domínio.

Mas o que diferencia o álbum de outros da Costa Oeste é a escuridão em seu âmago. A inquietante "Song with no Words (Tree With No Leaves)" traz um scat sem palavras e acordes menores alternados.

"Orleans" é repleta de melancolia e se arrasta por uma melodia ditada pela guitarra de 12 cordas. Há ainda a sinistra "I´d Swear There Was Somebody Here" , cantada a capela com uma perturbadora harmonia elaborada por Crosby.

O álbum chegou à 12ª posição nas paradas da Europa e também dos EUA, onde ganhou um disco de ouro - mas não é isso que importa, e sim o fato de que é composto por uma série de canções únicas, que provocam emoções únicas."

(resenha extraída do livro "1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer")



Disco (com alguns estalidos esparsos - sem riscos) em ótimo estado. Capa em ótimo estado (adesivo na capa - vide foto).
Edição Brasileira 1979.
Saindo por R$ 45

domingo, 27 de março de 2016

Country Joe & The Fish - Together (1968)



"The third album from Country Joe & the Fish, released in 1968 to quickly follow up the success of the first two, proved to be a bit of a departure for them in a number of ways. As well as the slightly incongruous pictures and text about Joe McDonald's wedding to his lady Robin, a quick glance at the writing credits showed that this album was much more of a group effort than the previous two which had featured almost entirely Joe's songs. Here there are credits for all five, individual ones, and ones for various combinations of the members, indicating perhaps how some of the earlier material had been garnered from existing songs from the group's pre-Vanguard privately pressed EPs. The group had been busy writing and recording, and indeed tracks 2 through 5 appear not to feature Joe McDonald at all, but their political and satirical edge is certainly still in place with songs that comment on racism, bigotry, intolerance and the US suburban outlook.

The album starts surprisingly with the nearly seven minute ‘Rock And Soul Music’, a tribute to the sweet soul music of James Brown and Stax artists. It is driven along by Bruce Barthol's bass playing the most typically danceable soul riff. This is followed by drummer Chicken Hirsh's love song to his lady, ‘Susan’, making us think that maybe we are settling into the established Fish album territory. This is indeed true in terms of the diversity, though the feel of many of the tracks here are quite different from the more chilled and laid back nature of the second album. ‘Mojo Navigator’, with an attacking lead vocal from David Cohen, and ‘Cetacean’ are rockier tracks, though the latter dissolves slowly into a series of odd sounds before returning as a snatch of song. ‘The Harlem Song’ with its spoof travelogue spoken intro is an acerbic and thought-provoking song about racism, while ‘Bright Suburban Mr. & Mrs. Clean Machine’, as you might expect, is the group's look at mainstream America and how it was presented on TV. ‘The Good Guys/Bad Guys’ cheer is followed by Barry Melton's ‘The Streets Of Your Town’ which becomes the hardest rocker here whilst commenting on New York's size and bigotry. In amongst all this there comes typical Fish leftfield moves with the flamenco-flavoured ‘Waltzing In The Moonlight’ and the very pretty and almost pastoral ‘Away Bounce My Bubbles’, which writer Chicken Hirsh describes as a 'pleasant daydream that whistles in my ear'. As with the previous two albums, the closing track, ‘An Untitled Protest’, is a quiet and thoughtful moment to end on, with finger cymbals punctuate Joe's anti-war drone organ-backed so-called 'Death Mantra'.

The album is reported to have been the group's best selling album, and certainly maintained and extended their reputation for variety and lyrics that went places that others did not go anywhere near, which pretty well explains why Country Joe & the Fish have maintained their place in sixties collectors’ halls of fame everywhere. This album, especially when taken with the previous two, remains as indispensable as they come."

(http://acerecords.co.uk/together)



1 Rock and Soul Music 6:51
2 Susan 3:28
3 Mojo Navigator 2:23
4 Bright Suburban Mr. & Mrs. Clean Machine 2:19
5 Good Guys/Bad Guys Cheer and the Streets of Your Town 3:39
6 The Fish Moan 0:27
7 The Harlem Song 4:19
8 Waltzing in the Moonlight 2:13
9 Away Bounce My Bubbles 2:25
10 Cetacean 3:38
11 An Untitled Protest 2:47


Disco e capa em ótimo estado.
Printted in Germany.
Edição de época.
Saindo por R$ 110

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Stevie Wonder - Innervisions (1973)



A complexidade das composições deste album impressiona, abordando temas que até hoje seguem em pauta: drogas, ética política e religião são bons exemplos.

Aqui ele prossegue o desenvolvimento musical iniciado em Music of My Mind ao utilizar em larga escala sintetizadores, e faz valer a expressão “banda de um homem só” ao tocar a maioria dos instrumentos ao longo do álbum – é mínima a participação de outros músicos.

O disco transpira groove com os sons de baixo simulados em um moog – ele foi um dos primeiros artistas a experimentar esse tipo de artifício –, mas sempre de forma orgânica sem desvirtuar a pureza do som um minuto sequer. Possui poucas passagens com guitarra elétrica, sendo conduzido basicamente por instrumentos de teclas.



Num disco cheio de grandes momentos é difícil destacar alguma faixa, mas canções como “Too High” – onde ele mostra todo seu arsenal de timbragens vocais – e a denuncia contra o racismo de “Living for the City” chamam a atenção pelo impacto.
“Visions” e “Jesus Children of America” revelam seu crescente interesse por religiões orientais e “He’s Misstra Know-It-All” toda sua insatisfação com o presidente Richard Nixon.
O groove poderoso de “Higher Ground” faz qualquer moribundo querer balançar – meses depois do lançamento de Innervisions foi esta música que ajudou Stevie a acordar do coma depois de um grave acidente automobilístico.
As baladas de amor “Golden Lady”, “All in Love Is Fair” e o r&b-latino otimista de “Don’t You Worry ‘bout a Thing” quebram o clima tenso ao trazer temas mais agradáveis.
Abordando temas tão dispares Innervisions poderia parecer esparso, muitas vezes fora de contexto pela singularidade das letras, mas a musicalidade natural de Stevie Wonder ajudou a colar tudo em um fundo musical extremamente agradável aos ouvidos.
Álbum essencial em qualquer coleção que mostra Stevie Wonder atingindo seu auge na melhor fase da sua carreira."
Faixas:
(Lado A)
“Too High”
“Visions”
“Living for the City”
“Golden Lady”
(Lado B)
“Higher Ground”
“Jesus Children of America”
“All in Love Is Fair”
“Don’t You Worry ‘bout a Thing”
“He’s Misstra Know-It-All”
Banda (formação):
Stevie Wonder (vocal, piano, piano-elétrico, sintetizador, baixo moog, clavinete, harmônica, bateria e percussão)
Músicos adicionais: Clarence Bell (órgão), David T. Walker (guitarra), Dean Parks (violão), Jim Gilstrap (vocal de apoio), Lani Groves (vocal de apoio), Larry Latimer (congas), Malcolm Cecil (contrabaixo), Ralph Hammer (violão), Scott Edwards (baixo), Sheila Wilkerson (bongô e güiro), Tasha Thomas (vocal de apoio), Willie Weeks (baixo) e Yusuf Roahman (chocalho).
Disco e capa em excelente estado.
Edição Brasileira 1973.
Saindo por R$ 60

terça-feira, 20 de outubro de 2015

U2 - Achtung Baby (1991)



"Achtung Baby: a derrubada de The Joshua Tree a machadadas

Em 1987, o sucesso retumbante de The Joshua Tree deu ao U2 aclamação crítica, sucesso comercial e transformou Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr em astros do rock. A imersão na música americana fez a banda alcançar de vez o estrelato. Mas a recepção fria de Rattle and Hum, em 1988, rendeu opiniões ácidas por parte da imprensa especializada, que acusava o U2 de ter ido longe demais. Despreparada para encarar o lado negro do showbiz, a banda entrou em um período de insatisfação artística profunda.

Uma mudança de direção era iminente. Até que em 31 de dezembro de 1989, na turnê promocional de Rattle and Hum (Lovetown Tour), veio o comunicado. Bono dirigiu-se a platéia em Point Depot, na capital irlandesa, e afirmou que aquilo era “o fim de algo para o U2”, onde eles teriam de “sonhar tudo de novo” para seguir em frente.

1990 chegou e trouxe consigo o desejo da novidade. A queda do muro de Berlim e a dissolução do socialismo pareciam fazer da capital alemã o lugar perfeito para novas idéias. Após viverem um tempo na Alemanha recém-unificada, os quatro integrantes voltaram a Dublin em 1991 e, depois de quase 1 ano de gravações e discussões internas sobre qual rumo musical adotar, vinha ao mundo Achtung Baby. Ou, nas palavras de Bono, “o som de quatro homens a derrubar The Joshua Tree a machadada”.

Lançado em novembro de 1991, Achtung Baby (expressão usada pelo engenheiro de som da banda, Joe O’Herlihy – “achtung”, em alemão, significa “atenção”) representou uma revolução artística no U2. A preocupação social e a seriedade do fim dos anos 80 davam lugar à irreverência e ao sarcasmo. Acusada de ter “se vendido” em Rattle and Hum, a banda agora brincava com o aspecto megalomaníaco do rock. Ainda assim, o álbum de 1991 é um dos trabalhos mais pessoais e introspectivos do grupo, senão o maior deles.

As músicas

Tudo começa com a industrial Zoo Station. A guitarra de Edge e a bateria de Larry estão sob vários efeitos, mostrando que a banda está diferente, renovada, como atesta um distorcido Bono no segundo verso da canção: “I’m ready, I’m ready for what’s next”.

Na seqüência, Even Better Than The Real Thing mantém a pegada. Usando um pedal Whammy na intro e munido de um slide no solo, The Edge dita o tom, com Bono cantando sobre a futilidade de se buscar gratificação instantânea.

Eis, então, que One aparece como um convite à reflexão. Na “cozinha”, Adam e Larry são suaves, dando toda a tensão necessária ao desgaste da relação conjugal contada na letra. Há, também, outras interpretações (uma conversa entre um pai e seu filho gay, entre outras).

Na 4ª faixa, Jesus e Judas resolvem ter uma conversinha intermediada por Bono. Em Until The End of The World, Adam nos brinda com uma simples, porém eficiente, linha de baixo. O riff em E, composto por Bono, e o solo de guitarra de Edge também merecem menção honrosa.

Relações amorosas conflituosas são tema recorrente em Achtung Baby. Em Who’s Gonna Ride Your Wild Horses, elas aparecem. Com uma letra interessante, colorida com metáforas sexuais, e uma performance vocal poderosa, Bono é a estrela maior.

Em So Cruel, o fim do primeiro casamento de Edge, que ocorria simultaneamente às gravações, é retratado. O arranjo de cordas produzido por Brian Eno e Edge, aliado ao teclado tocado também pelo guitarrista, são dignos de nota.

“Like a fly on a wall, it’s no secret at all”. Em The Fly, somos apresentados a um dos alter egos desenvolvidos por Bono na turnê de Achtung Baby (ZooTV Tour). Aqui, ele dá voz a um rockstar no auge da forma e da fama, com todos os seus excessos. Mais uma vez, a distorção vocal aparece, bem como a bateria “enlatada” de Larry e a guitarra estridente, mas indispensável, de Edge.

Depois disso, a dançante Mysterious Ways dá o ar de sua graça. O baixo pulsante de Adam aparece sob medida, com The Edge mostrando que sabe usar o wah-wah. E muito bem.

Tryin’ To Throw Your Arms Around The World narra as aventuras de um homem voltando da farra, bêbado. O verso “a woman needs a man like a fish needs a bicycle”, presente na canção, é um famoso bordão cunhado pela escritora australiana Irina Dunn.

Ultraviolet (Light My Way) mostra Bono em seu melhor. Mais uma vez um casal em vias de separação é retratado, com o vocalista mostrando perícia nos registros graves, frases agudas e falsetes. The Edge aparece com riffs daqueles que grudam na cabeça, e Larry se destaca na bateria.

Na reta final, aparece uma das músicas mais subestimadas do U2: Acrobat. Aqui, Bono vai fundo nas contradições humanas, cantando sobre alienação, com Larry firme na batera e The Edge executando um longo solo nas seis cordas.

Eis que surge Love is Blindness para encerrar o álbum. Contundente e instrospectiva, invocando imagens da Berlin recém-unificada, a letra escrita por Bono atinge em cheio um The Edge abalado pelo fim do casamento. A raiva era tanta que, ao gravar o solo, Edge chegou a arrebentar duas cordas de sua guitarra e assustou a equipe de produção, que nunca o havia visto tocar daquela forma. Na humilde opinião deste que vos escreve, os melhores solos já feitos por The Edge se encontram justamente nas versões ao vivo dessa música (vide o show em Adelaide, 93, na reta final da ZooTV).

Recepção

Achtung Baby foi muito bem recebido tanto pela crítica quanto pelos fãs, que viram a mudança de direção com bons olhos. Em uma de suas turnês mais longas e bem-sucedidas, a agora aclamada ZooTV Tour, o U2 provou ser capaz de se reinventar, produzir boa música, lotar estádios mundo agora e usar a tecnologia a seu favor.

Entre as alterações que mais chamaram atenção em Achtung Baby, tem-se The Edge explorando novos sons e efeitos em sua guitarra minimalista, solando cada vez mais, e Larry incorporando elementos eletrônicos na batera.

Mas é Bono quem chama mais atenção. Conhecido pelo alcance vocal amplo, o cantor passou a adotar registros mais graves nas canções, privilegiando falsetes em detrimento de frases mais agudas (fruto do desgaste na Lovetown Tour, onde o vocalista teve sérios problemas com a voz).

Mais adiante, Bono exploraria ainda mais esse novo jeito de interpretação, como ficaria evidente no álbum Zooropa, de 1993."

(http://whiplash.net/materias/cds/150104-u2.html)

Tracklist

1- Zoo Station
2- Even Better Than The Real Thing
3- One
4- Until The End Of The World
5- Who’s Gonna Ride Your Wild Horses
6- So Cruel
7- The Fly
8- Mysterious Ways
9- Tryin’ To Throw Your Arms Around The World
10- Ultraviolet (Light My Way)
11- Acrobat
12- Love is Blindness


Disco e capa em ótimo estado; com encarte.
Edição Brasileira 1991.
Saindo por R$ 50


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Miles Davis - Live Miles: More Music from the Legendary Carnegie Hall Concert (1961)



"This group was composed of Davis, Wynton Kelly, Hank Mobley, Paul Chambers, and Jimmy Cobb. This band was still performing the standard Miles Davis book, but Davis was beginning to push the evolutionary envelope with breakneck tempos and unraveling arrangements. 

In retrospect, it was obvious that Miles was heading in this direction of deconstructionism. It started with his modal experiments and culminated in his electric orgies of the 1970s. 

This band was captured live with the Gil Evans Orchestra at Carnegie Hall in 1961 in the now famous Carnegie Hall concert. This concert was the intersection of Miles? large and small combo visions. For the past several years only half of the concert has been available (More From the Legendary Carnegie Hall Concert). Now, finally, is the complete concert with fully restored performances, a reissue worth celebrating.

Tempi, Tempi, and Faster Tempi. This is not my favorite Miles. He was simultaneously rattling his book to pieces while refining his modal performances. In any case, I cannot deny the historic significance of this rococo period in Davis? long career. The presence of Gil Evans and his orchestra is enough to lend these performances great significance"

(http://www.allaboutjazz.com/miles-davis-at-carnegie-hall-miles-davis-columbia-records-review-by-c-michael-bailey.php)

1 Concierto de Aranjuez, Pt. 1
Joaquín Rodrigo (9:40)
2 Concierto de Aranjuez, Pt. 2
Joaquín Rodrigo (7:07)

3 Teo
Miles Davis (9:14)
4 Walkin'
Richard Carpenter (9:19)
5 I Thought About You
James Van Heusen / Johnny Mercer (4:42)


Disco e capa em excelente estado.
Edição Brasileira 1987.
Saindo por R$ 50

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Jimi Hendrix - Jimi Plays Monterey (Live 1967)



"With the Rainbow Shriek of his flaming Stratocaster at the 1967 Monterey International Pop Festival, Jimi Hendrix dramatically announced the arrival of the new Aquarian age of peace, love and spiritual aspiration. At the same time, he liberated rock & roll guitar once and for all from the choke of Top Forty dictums. The way he tore into "Purple Haze," scratching the song's elephantine funk intro with sawtoothed distortion, and calmly skated up the shimmering, ascending chorus of "The Wind Cries Mary" had no precedent in rock guitar and, even at Monterey, no equal. Pete Townshend's guitar-demolition finale was a calculated reenactment of mod frustration. Hendrix' sacrificial burning of his guitar was a ritual gift to the crowd.

Nineteen years later the raw live sound of Hendrix at Monterey – not to mention his graphic superstud showmanship – beats any concept video or twelve-inch dance remix you can name for sheer aggression and mesmeric sensuality. Issued here for the first time complete and in sequence, the American debut of the Jimi Hendrix Experience at Monterey on June 18th, 1967, is still a revelation, an orgasmic explosion of singing feedback, agitated stretches of jazzy improvisation and recombinant R&B guitar. Sucking the crowd into his hurricane sound, Hendrix dragged Dylan's "Like a Rolling Stone" through Mississippi-blues mud, attacked his own "Can You See Me" with amphetamine impatience and, egged on by Noel Redding and Mitch Mitchell's rhythmic frenzy, drove "Wild Thing" head-on into a wall of white noise.

Hendrix' death in 1970 was an incalculable loss to music. But the wondrous ferocity and impish cosmic humor of his performances live on here. As he said before he doused his guitar with lighter fluid, "There's nothin' I can do more than this." You can still feel the heat."

(From The Archives Issue 471: April 10, 1986, in: http://www.rollingstone.com/music/albumreviews/jimi-plays-monterey-19860410)


Disco e capa em ótimo estado.
Edição Brasileira 1986.
Saindo por R$ 50


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Grateful Dead - Go to Heaven (1980)



"The cover photo is the biggest surprise. Eschewing the usual Zap Comix-inspired illustration, the world's most tenacious hippie survivors have chosen to pose — in slick suits of John Travolta white — for a very contemporary, very artsy, airbrushed soft-focus portrait. But don't let the packaging fool you. Go to Heaven is mainly more of the same uninspired fluff that's become the Grateful Dead's recorded stock in trade.

The Dead move from Bob Weir and John Barlow's maundering ("Lost Sailor") and Jerry Garcia and Robert Hunter's meandering ("Althea") to torrid attempts at funk ("Feel like a Stranger") with nary a fresh melody or original lick. Even a successful song like the infectious rocker, "Alabama Getaway" (which does its job with an admirable brevity that might have saved a few of the album's terminally long-winded compositions), seems to lack weight. There's no sense of urgency or honesty here, and without these two qualities, rock & roll remains vacuous, no matter how charming.

But there are two positive signs: "Far from Me" and "Easy to Love You," both primarily the work of keyboardist Brent Mydland. Mydland sings with the bourbon softness of Michael McDonald and crafts simple, straightforward pop compositions that allow the rest of the band to play tightly and impressively within definite musical boundaries. These tunes offer ample proof that the Grateful Dead can succeed on vinyl as well as they do in concert. More Mydland would seem a good idea in the future."

(BY J.M. DE MATTEIS August 7, 1980, in: http://www.rollingstone.com/music/albumreviews/go-to-heaven-19800807)


Disco e capa em ótimo estado.
Edição Brasileira 1980.
Saindo por R$ 60

Eumir Deodato - Whirlwinds (1974)



"Having signed a presumably lucrative deal with MCA, Deodato took with him the jazz- Latin-funk-with-a-taste-of-the-classics formula that he perfected with CTI. But there was a sonic price to pay, for MCA's flat, lackluster sound takes a lot of the sheen and color away from Deodato's arrangements and the sound of his electric piano. As a result, this record sounds like a washed-out, black-and-white facsimile of a Deodato CTI record, with one classical adaptation (Schubert's "Ave Maria"), a fairly good reworking of Glenn Miller's "Moonlight Serenade," and three Deodato originals, of which only "Whirlwinds" has a headful of steam. The large orchestra and band are populated by the usual mid-'70s assortment of New York sessionmen and women, along with the ubiquitous John Tropea, but there are few solos worth mentioning outside of Deodato's own funky Rhodes displays."

(http://www.allmusic.com/album/whirlwinds-mw0000315926)


Músicos envolvidos: Eumir Deodato (piano acústico, piano elétrico, sintetizador e percussão), John Tropea (guitarra), John Giulino (baixo), Tony Levin (baixo), Billy Cobham (bateria), Nick Remo (bateria), Rubens Bassini (percussão), Gilmore Digap (percussão), Marvin Stamm (trompete), Alan Rubin (trompete), John Eckert (trompete), Jon Faddis (trompete), Victor Paz (trompete), Larry Spencer (trompete), Jim Buffington (french horn), Brooks Tillotson (french horn), Sam Burtis (trombone), Urbie Green (trombone), Tony Price (tuba), Joe Temperley (sax barítono), Artie Kaplan (sax tenor), Phil Bodner (flauta), George Marge (flauta), Romeo Penque (flauta), Emanuel Green (violino), Irving Spice (violino), Michael Spivakowsky (violino), Harold Kahon (violino), Harry Glickman (violino), Paul Winter (violino), Marvin Morgenstern (violino), Max Ellen (violino), Carmel Malin (violino), Norman Carri (violino), Al Brown (viola), Selwart Clarke (viola), Charles McCracken (violoncelo), Alan Shulman (violoncelo), Gloria Lanzarone (violoncelo), Alvin Brehm (contrabaixo) e Russell Savakus (contrabaixo).



Lado A: 01. Moonlight Serenade / 02. Ave Maria / 03. Do It Again

Lado B: 01. West 42nd Street / 02. Havana Strut / 03. Whirlwinds


Disco (com alguns sinais de uso) e capa (dupla) em ótimo estado.
Edição Brasileira 1974.
Saindo por R$ 40

Adoniran Barbosa - Documento Inédito (1984)



"Adoniran Barbosa nasceu com o nome de João Rubinato, em Valinhos, filho de imigrantes italianos. A data não se sabe ao certo, porque ele mesmo diz, às vezes, que foi em 1910, outras vezes, 1912, ou 1909. A pobreza fez com que Adoniran começasse a trabalhar aos 16 anos. Muito antes disso, ele já vinha desenvolvendo um de seus maiores talentos: o bom humor. É graças a ele que as passagens de sua vida são dúbias, porque ele mesmo muda as histórias, inventa personagens, cada hora diz uma coisa, com certeza fazendo chiste com a audiência. O tal Joca, personagem de saudosa maloca, não se sabe se existiu, se na verdade se chamava Walter, ou se foi criação da imaginação de Adoniran. Em cada entrevista ele diz uma coisa. 

Mas ele morou em Jundiaí, e depois, ainda muito jovem, mudou-se com a família para São Paulo, a cidade que ele cantou em todos os sambas.  Foi em São Paulo que Adoniran, ainda João Rubinato, começou a participar de um programa de calouros na Rádio Cruzeiro do Sul. O nome artístico ele escolheu em homenagem ao amigo Adoniran Alves e ao sambista carioca Luiz Barbosa. Segundo o próprio Adoniran, ele tomou muita gongada, mas era insistente. Até que, em 1934, interpretando o samba filosofia, de Noel Rosa, conseguiu chegar ao final da música (ele disse: “o homem do gongo devia estar dormindo”). Nesse mesmo ano, Adoniran atuou no rádio como cantor. A partir daí, teve contratos rápidos em rádios, e fazia outros bicos, como despachante e guardador de lugar em fila. 

A primeira composição gravada (embora ele já tivesse outras), em 1935, foi Dona Boa, que, segundo Adoniran, era “uma porcaria de marcha, mas ganhou o primeiro lugar do Carnaval”. Por causa dessa vitória, Adoniran conseguiu um programa de 15 minutos na Rádio Cruzeiro do Sul, em que cantava sambas de outros autores e, eventualmente, inseria um de sua autoria. Permaneceu lá até 1940, quando se mudou para a Rádio Record, onde se firmou como ator e humorista, e lá permaneceu por mais de 30 anos. A ousadia de Adoniran foi trazer o samba, carioca de nascença, para a realidade e para o sotaque paulistano, sem forçar a barra, criando um samba autenticamente paulistano, que fala de São Paulo e fala como os paulistas. O samba de Adoniran fala também do cotidiano dos bairros populares de São Paulo, fazendo graça das desgraças de seu povo pobre e sofrido. 

No final da vida, desgastado pela boemia, Adoniran adoeceu com enfisema pulmonar. Em casa, construiu, com pedaços velhos de lata, madeira, bibelôs, e quinquilharias em geral, um parque de diversões em miniatura, que funcionava movido à energia elétrica. Ele falou: dizem que é higiene mental, mas para mim é higiene de débil mental. Ele faleceu em 1982.

Esse disco, lançado em 1984, é uma coletânea de algumas participações de Adoniran em programas de rádio e televisão. Tem também trechos de entrevista que deu ao Museu da Imagem e do Som. A faixa 1 do Lado A é deliciosa, porque quem entrevista Adoniran é ninguém menos do que Elis Regina, que, obviamente, canta algumas músicas também. Nessa entrevista, a genialidade do humor de Adoniran fica muito evidente. Ouçam com atenção."

(http://www.acervoorigens.com/2010/12/adoniran-barbosa-documento-inedito.html)

Disco e capa em ótimo estado.
Edição 1985.
Saindo por R$ 35

Walter Franco - Revolver (1975)



""Apesar de tudo muito leve", cantava esse paulista de formação universitária, em plena época da barra-pesada. A sabedoria de Walter Franco está reunida no Revolver e no seu precursor, o enigmático "disco da mosca" , de 73, que tem as antológicas "Me Deixe Mudo" e "Cabeça" (defendida por ele, grande campeão de vaias, no último FIC da TV Globo). Os dois discos são fundamentais, mas foi Revolver que antecedeu e indicou direções mais atuais - ainda - para a música popular brasileira, graças ao tratamento mais "roqueiro" (arranjos eletrificados, uso de efeitos e outros recursos de estúdio) dado a suas composições. 

Como um trovador extraviado da geléia geral da Tropicália, ele cria miniaturas, paisagens sonoras independentes entre si, dando corpo a um trabalho extremamente rico na combinação de poesia e música (os arranjos ficaram a cargo do baixista Rodolpho Grani Jr.). 

No fundo, a concepção entre palavra e som na música de Walter Franco é indissolúvel e indivisível. Ele trabalha o ritmo da palavra, desdobrando-a com pausas curtas e respirações alongadas, criando novos sentidos a partir de frases breves, como na lancinante "Apesar de Tudo É Muito Leve". Walter já tinha evoluído muito além da letra colegial/adolescente, que marca o rock dos 80. "Nothing" é um exemplo da construção complexa que faz a partir de elementos extremamente simples: "Nothing to see/ Nothing to do/ Nothing today/ About me/ I am not happy now/ I am not sad". Junto com "Feito Gente"- ambas deste LP - e "Canalha" (de 79) forma o tríptico pré-punk anos antes do retardatário punk tupiniquim. 

A poesia de Walter evoluiu em duas direções: uma decorrente da influência da filosofia oriental e outra que aborda a agressividade urbana. Da primeira ele herdou a utilização da forma mântrica-circular da frase que retorna sobre si mesma, ou que se revela por etapas, palavra por palavra, como em "Mamãe D´Água" (o verso "Yara eu" vai sendo acrescido de palavras até formar "Yara eu te amo muito mas agora é tarde eu vou dormir") e no famoso hai-kai caleidoscópico de "Eternamente" ("Eternamente/É ter na mente/Éter na mente/Eterna mente/Eternamente"). Como se vê, novos significados vão surgindo a cada nova palavra que se desdobra a partir da inicial. É um procedimento em sintonia com a poesia moderna, em especial, pelos minimalistas americanos, como Gertrude Stein, e.e. cummings e, no teatro, Bob Wilson. 

Na concepção musical do LP, tentou-se esgotar as possibilidades de um estúdio de dezesseis canais, com utilização de play-backs em sentido contrário, saturação de freqüências e pré-mixagens. A complexidade do trabalho desenvolvido com a sonoridade da bateria - que além de usar filtros de freqüências, serve-se às vezes de outra bateria - levou a utilizar dois bateristas nos shows. A combinação dos instrumentos acústicos - principalmente os tambores e tumbadoras que reforçam o clima tribal/meditativo de algumas letras - com os teclados e guitarras sintetiza as boas influências da música contemporânea e do rock. 

Os últimos vinte anos de música no Brasil atestam que Revolver não perdeu sua atualidade. Continua pulsando de idéias, novas até para o ouvido da era digital. O percurso posterior de Walter Franco seguiu outras direções, principalmente o caminho das baladas meditativas. Mas de quem elaborou dois LPs de tamanha criatividade e inteligência, podem-se esperar sempre novas surpresas. Por enquanto, a Continental Discos bem que poderia relançar Revolver (ele já chegou a ser relançado em 79, mas é muito difícil encontrá-lo hoje nas lojas) e o "disco da mosca" (também conhecido como Ou Não) que está igualmente fora de catálogo e é outra pérola da música popular brasileira."

(Texto de Lívio Tragtemberg, publicado originalmente na Revista Bizz, Edição 33, de Abril de 1988, in: http://brnuggets.blogspot.com.br/2011/02/walter-franco-revolver-1975.html)

Disco e capa em ótimo estado.
Edição Original 1975 (Raro).
Saindo por R$ 150